Brasil é maior produtor de café do mundo; agricultores familiares representam mais da metade de cafeicultores do país
01/10/2025 | Assessoria de Comunicação – Asbraer | Ana Karoliny Barros
Pé de café
Com 16 estados produtores, o Brasil é o maior produtor e exportador de café do mundo. A agricultura familiar responde por 254 mil dos 330 mil cafeicultores do país. Mais do que uma bebida, o café é responsável por movimentar economias locais, gerar empregos e ampliar a renda de milhares de famílias. Segundo o Conselho Nacional do Café (CNC), a cadeia produtiva gera aproximadamente 8,4 milhões de empregos diretos e indiretos.
Muito desse impacto positivo se deve ao trabalho das Organizações Estaduais de Pesquisa Agropecuária (OEPAs) e das empresas estaduais de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) Pública, que têm levado produtividade, tecnologia e orientação para dentro das propriedades. Conheças algumas das inovações aplicadas em campo:
Café de varrição: economia e sanidade da lavoura
Colhido do chão após a derriça manual (queda natural), semimecanizada ou mecanizada, o café de varrição garante o aproveitamento de todos os frutos. A pesquisadora da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG), Vanessa Figueiredo, explica que “a remoção do café caído é um importante controle cultural, reduz a incidência de broca-do-café, uma vez que esses frutos servem de abrigo para a praga cafeeira”.
Para a pesquisadora, a varrição evita perdas na produção e garante um bom manejo e sanidade para a lavoura, preparando o terreno para a próxima safra. Embora a qualidade seja inferior devido à exposição ao solo e à umidade, os grãos podem ser beneficiados e usados em blends, evitando perdas e contribuindo para o manejo da lavoura. A indicação é que sejam comercializados separados dos grãos colhidos direto das plantas.
Paper pot: sustentabilidade e produtividade
O Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) vem estudando a eficiência de recipientes mais sustentáveis para mudas de café conilon. Trata-se do paper pot, um tipo de recipiente biodegradável que, além de ser uma alternativa sustentável aos tradicionais tubetes e sacolas plásticas, tem se mostrado mais eficiente para o desenvolvimento das mudas.
Paper pot é uma solução biodegradável para cultivar mudas. Foto: Reprodução/Incaper-ES
Os estudos realizados desde 2017 por pesquisador da Fazenda Experimental de Marilândia (FEM), no noroeste do Espírito Santo, indicam que o uso do paper pot contribui de forma significativa para a produção de mudas mais vigorosas e bem formadas, com reflexos diretos na produtividade e na saúde das lavouras. Isso porque, o material permite que as raízes cresçam livremente, sem barreiras rígidas, evitando o enovelamento radicular, um problema comum nos recipientes plásticos convencionais.
As vantagens vão desde o plantio direto no solo, sem a necessidade de remoção do paper, até a redução na demanda por mão de obra, já que o processo da produção de mudas é mecanizado. Agora, os pesquisadores buscam entender o substrato mais adequado, o manejo nutricional ideal e a avaliação dos diferentes materiais biodegradáveis disponíveis no mercado.
Café clonal: qualidade e uniformidade
Em Rondônia, a Entidade Autárquica de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-RO) incentiva a produção do café clonal aos agricultores familiares do estado. Com manejo e tecnologia adequadas, o uso dessas cultivares podem contribuir para o aumento da produtividade, garantindo uniformização na qualidade dos grãos e valor agregado ao produto.
São realizadas capacitações e palestras para apresentar o manejo do café clonal. Foto: Reprodução/Emater-RO
A Emater-RO realiza dias de campo e capacitações para levar esse conhecimento aos agricultores. Para o gerente do escritório de São Domingos do Guaporé, Wagner Borges de Oliveira, essas práticas são muito importantes, não somente para a produção que gera lucro, mas para dar um incremento na economia local.
Liderança global
Essas iniciativas refletem diretamente na competitividade e no avanço de práticas sustentáveis do Brasil, ampliando a geração de renda e reduzindo os impactos da agricultura no meio ambiente. Ao mesmo tempo, a Ater Pública e as OEPAs contribuem para o fortalecimento da cadeia produtiva e consolidam o café brasileiro como referência mundial em qualidade e sustentabilidade, garantindo a rastreabilidade e beneficiando produtores e consumidores.