Parceria com a prefeitura inclui assentados
25/09/2025 | Assessoria de Comunicação – Emater-PA | Aline Miranda
Foto: Divulgação/Emater-PA
Com o apoio do escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater), assentados da reforma agrária de São Domingos do Capim, no nordeste paraense, estão começando a plantar cacau, com o objetivo de comercializar a polpa e a amêndoa. Um dos mercados visados é o de chocolate amazônico.
O impulso piloto conduzido pela Secretaria Municipal de Agricultura (Semagri) é sobre 40 famílias de dentro do assentamento federal Terra Nova: moradores das comunidades Águas Brancas, Aparecida e Taperaçu que tradicionalmente trabalham com extrativismo de açaí e mandiocultura. Vilas próximas, como Boa Viagem, Patrimônio e São Bento, também são contempladas.
O planejamento é que, até o fim do ano, a Emater acompanhe a instalação de viveiros comunitários na região para multiplicação de mudas, a partir de 40 mil sementes que devem ser doadas à Prefeitura pela Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac).
“A oportunidade é de estruturação comercial de uma cadeia produtiva lucrativa, com mercado em expansão e viés de sustentabilidade. Uma das orientações reforçadas pela Emater é de o cacau compor SAFs [sistemas agroflorestais] com açaí e castanheira, por exemplo”, explica a chefe do escritório local da Emater em São Domingos do Capim, a técnica agrícola Nara Cíntia Batista.
Em setembro, o escritório da Emater no município e o escritório regional da Emater em São Miguel do Guamá, jurisdição correlata, têm ministrado capacitações aos interessados, sob demandas programadas: na última sexta-feira (19), uma oficina na comunidade Aparecida versou sobre produção de mudas com demonstração prática em uma propriedade. Já no próximo período, de 29 de setembro a 5 de outubro, técnicos da Prefeitura participarão de instrução sobre elaboração de cadastro ambiental rural (CAR), em sede em definição.
Para o secretário municipal de agricultura de São Domingos do Capim, Silvandro de Jesus Neves, a parceria com a Emater é “poderosa”: “Quando a Secretaria consolidou a proposta de alavancar a cadeia produtiva do cacau, um dos nossos primeiros pensamentos foi chamar a Emater pra estar junto, porque a Emater traz doutores, equipe muito especializada, e ainda é uma agente fomentadora, no sentido de atualização científica contínua e intermediação de crédito rural”, considera.
Novos Negócios
Ambientada no cenário produtivo do Sítio Kairós, na comunidade Águas Brancas, no km 16 da rodovia PA-225, e articulada com a Associação de Moradores Micros e Pequenos Produtores Rurais da Comunidade Nossa Senhora de Aparecida (Amompar), a recente Oficina sobre Produção de Mudas de Cacau contou, ainda, com o know-how da equipe do escritório da Emater no município de Capitão-Poço e de representantes da Agência de Defesa Agropecuária (Adepará).
Na área total dali, são 900 pés de cacau, além de mais de três mil pés de açaí, 500 pés de acerola e 50 pés de goiaba.
“Eu trabalho com cacau há quatro anos, mas sempre por intuição, da minha cabeça mesmo. E tem dado muito certo: vendendo, meu lucro é de 50%, e as plantas são bonitas, vigorosas, sem doença. Dá gosto só de ver. Quando chegou a história de capacitação, me deu foi animação, porque, aprendendo os detalhes, a poda progressiva, o espaçamento, o manejo, os tipos certos de saco pra armazenamento, é só o tempo de eu aumentar o lucro pra 100%”, calcula Vicente Oliveira, Neves, proprietário do lugar e das marcas Açaí Premium e Natural Polpas.