Produtores familiares e artesanais do Tocantins mostram talento e tradição no Censo da Agroindústria Ruraltins.
26/08/2025 | Assessoria de Comunicação – Ruraltins
Foto – Reprodução Ruraltins
O Instituto de Desenvolvimento Rural do Tocantins (Ruraltins) está conduzindo, pela primeira vez, o Censo da Agroindústria, um levantamento pioneiro que visa mapear a produção de alimentos em pequena e média escala no Estado, através do convênio ATER Tocantins e FECOEP. O projeto, que começou em março de 2025, envolve 72 técnicos das oito regionais do Ruraltins e busca conhecer a realidade de produtores familiares, indígenas, assentados e pequenos empreendedores do setor agroindustrial.
Segundo o presidente do Ruraltins, Osires Damaso, o censo é um passo inovador:
“Até então, nunca tinha sido realizado um levantamento desse tipo no Tocantins. Já contamos com o censo da piscicultura e da aquicultura, mas a agroindústria é novidade. Com ele, poderemos compreender melhor a produção, as dificuldades enfrentadas e como fortalecer essa cadeia produtiva, criando políticas públicas que realmente atendam ao pequeno produtor.”
Para facilitar a coleta de informações, foi desenvolvido um aplicativo exclusivo, que pode ser utilizado offline, atendendo às limitações de internet em muitas propriedades rurais. Os técnicos realizam visitas tanto na zona rural quanto urbana, entrevistando produtores de alimentos de origem animal e vegetal que buscam gerar renda extra para suas famílias.
O público-alvo inclui produtores formalizados e não formalizados, garantindo que todos os pequenos negócios sejam contemplados. O censo levantará dados sobre estrutura física, tipo de produtos, processos de produção e comercialização, permitindo identificar vocações regionais e direcionar os produtos para mercados, escolas e compras governamentais.
A extensionista rural do Ruraltins, Kenia Camilla Luz Lellis, destacou a importância do trabalho em campo:
“É gratificante acompanhar de perto a dedicação desses produtores. Com o censo, conseguimos levantar informações precisas e compreender melhor suas necessidades, para que possamos orientá-los e apoiar seu crescimento.”
Entre os produtores, Edna Santos de Melo, do Povoado São Domingos do Lago, em Itaguatins, que produz farinha, tapioca, puba e outros alimentos derivados da mandioca, celebrou o projeto:
“Este projeto é muito bom para nós do interior. Ele nos permite mostrar nossa produção, receber orientações sobre o que precisamos para melhorar nossa casa de farinha e transportar nossos produtos. Produzimos também feijão, banana, mamão e abóbora, e cada apoio faz diferença. Sou muito grata pelo acompanhamento da equipe e de todos os grupos envolvidos.”
Outro produtor atendido é Nilton José de Lima, que produz linguiças artesanais desde 2019:
“Nossa agroindústria já apresenta resultados, vendemos para prefeituras e merenda escolar, garantindo uma renda que permite a sobrevivência do negócio. A visita da equipe do Ruraltins foi importante para mostrar nosso trabalho e registrar nossos produtos.”
O projeto segue até 2 de setembro de 2025, data prevista para a conclusão da coleta de informações. Em seguida, os dados serão compilados, e relatórios detalhados serão elaborados, servindo de base para pesquisas, publicações e formulação de políticas públicas voltadas à agroindústria familiar. A conclusão e divulgação do material está prevista para dezembro de 2025, com acesso disponível tanto no Ruraltins quanto para outras secretarias e entidades do Governo do Estado.
A coordenação está a cargo da equipe de Agroindústria de Palmas, engenheiros de alimentos Augusto Bielert e Kenia Lellis, com supervisão dos chefes das regionais e suporte do desenvolvedor do aplicativo. Durante o trabalho de campo, imagens dos produtores e de seus produtos também estão sendo registradas, com autorização, para criar um banco de imagens que valorize o trabalho da agricultura familiar.
“Este censo representa um avanço importante para o Tocantins. Conhecer nossa agroindústria é fundamental para planejar ações que realmente beneficiem os pequenos produtores e fortaleçam a economia local,” finaliza Damaso.